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sábado, 25 de setembro de 2010

Idosos deixam abrigos


Os idosos estão reaprendendo a viver em família. O programa “Idade Ativa”, criado pelo Governo do Estado a partir da Política Estadual do Idoso (que entrou em vigor em setembro do ano passado), pretende retirar os idosos dos abrigos e levá-los de volta ao convívio familiar. De acordo com o secretário executivo de Trabalho e Promoção Social, Haroldo Teixeira, o idoso deve permanecer com sua família, indo para uma unidade de acolhimento apenas em último caso. Outro objetivo do programa é acabar com o isolamento do idoso em instituições - como asilos - permitindo um duplo ganho social: de um lado a melhoria da saúde mental do idoso, com a interação afetiva com os mais jovens e a sensação de ser novamente útil; de outro, o intercâmbio de experiências e informações, para a formação dos mais jovens.
O programa “Idade Ativa” tem obtido bons resultados. O casal de idosos Maria José Barroso, de 65 anos, e Fernando Barroso, de 76 anos, abrigados desde 2001 em uma das três Unidades de Acolhimento à Pessoa Idosa de Belém, estão em processo de retorno à casa do filho, que mora em Manaus (AM). Eles dizem que o Lar da Providência é um ótimo local, mas preferem ir morar com o filho. “Temos um netinho e queremos estar perto dele e do nosso filho. Não há nada mais maravilhoso do que estar com a família”, dizem. O casal pretende ir em fevereiro, e ambos estão ansiosos. “Vai ser o começo de uma nova vida, perto do nosso filho. Aqui no Lar nós vemos que tem muitos idosos solitários e sem família, então agradecemos a Deus por termos o nosso filho e por ele querer que a gente esteja lá com ele”, afirma Maria José.
Em Belém, existem três Unidades de Acolhimento à Pessoa Idosa (Uapi). Uma na Cremação, denominada “Socorro Gabriel”, outra em Val-de-Cães, e a terceira localizada no bairro do Souza (Unidade de Permanência Lar da Providência). As unidades são gerenciadas pela Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (Seteps).
A gerente da Unidade Lar da Providência, Edith Vieira Kishi, diz que o retorno à família é fundamental. “Mas não é um processo simples. Existem idosos que estão aqui há mais de 15, 20 anos, e estão com os laços familiares muito fragilizados. Alguns nem têm contato com sua família, outros não têm família. Então não estamos lidando com uma tarefa simples, mas nós buscamos meios de tentar reverter esse quadro”, afirma. Ela diz também que esse trabalho de retorno às famílias permite que a política do idoso saia do papel e se torne visível à sociedade. “Aqui no Lar da Providência, três idosos já retornaram às suas famílias, e isso é muito gratificante. Mas não basta retornar ao seio familiar. É preciso que esse idoso continue tendo toda a assistência que ele necessita. A família precisa ser alvo de orientação de como proceder nas situações mais difíceis, e receber periódicas visitas de profissionais, médico, pessoal de enfermagem, de fisioterapia e outras modalidades de supervisão e capacitação. E essa é uma das ações do programa, ou seja, quando o idoso estiver com sua família, ele vai receber assistência médica e domiciliar sempre que for preciso”, enfatiza a gerente.

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