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domingo, 30 de outubro de 2011

Divisão do Estado do Pará

Divisão trará custos e perdas para demais Estados

Domingo, 30/10/2011, 05:42:17
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Divisão trará custos e perdas para demais Estados (Foto: Divulgação)
Neymar entrou na campanha contra a divisão (Foto: Divulgação)
A conta pela criação dos Estados de Carajás e Tapajós, que podem surgir da divisão do Pará, deve ser paga pela União e pelos outros Estados. Em 11 de dezembro, os paraenses decidirão em plebiscito se desejam a divisão. Caso repita o acordo feito com Tocantins, em 1988, a União injetará mais de R$ 1 bilhão nos dois novos Estados. Carajás e Tapajós poderão pleitear benefício semelhante ao de Tocantins, que recebeu um auxílio que, hoje, equivale a
R$ 680 milhões.
Outra possibilidade é que Carajás e Tapajós se beneficiem de aumento nos repasses federais do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Nesse caso, os demais Estados é que perderiam recursos.
Essa guerra de números já esquenta a campanha do plebiscito sobre a divisão do Pará. Há duas projeções: os favoráveis a Carajás e Tapajós preveem máquinas públicas enxutas, e o outro lado faz cálculos levando em conta uma administração inchada.
Os defensores da divisão se apoiam no economista Célio Costa, que ajudou a criar o Tocantins e prevê um aumento nos repasses do FPE.

O Pará recebeu R$ 2,9 bilhões de FPE em 2010. Costa calcula que, com a divisão, os novos Estados já receberiam mais que isso. Ele estima R$ 1,1 bilhão para Carajás e R$ 2,2 bilhões para Tapajós.
Somando tais repasses à arrecadação, cada Estado teria uma receita de R$ 3 bilhões e chegaria ao equilíbrio. Mas, nesse caso, o acréscimo de R$ 3,3 bilhões seria abatido das transferências aos demais Estados. Só o Pará perderia R$ 300 milhões.
A estimativa usada na campanha contra a divisão é do economista Rogério Boueri, do Ipea. Ele calcula que os novos Estados seriam inviáveis. Levando em conta os futuros PIBs de Carajás e Tapajós, ele afirma que os Estados, juntos, teriam um deficit anual de R$ 1,9 bilhão, que teria de ser bancado pela União. http://www.diarioonline.com.br/noticia-173309-divisao-trara-custos-e-perdas-para-demais-estados.html

domingo, 16 de outubro de 2011

Divisão do Pará

Divisão pode aprofundar desigualdade, diz oposição

Domingo, 16/10/2011, 17:55:37
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Divisão pode aprofundar desigualdade, diz oposição (Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
A divisão do Pará não resolverá os problemas do estado e ainda aprofundará as desigualdades. Essa é a avaliação do deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), um dos principais líderes do movimento contra a criação dos estados de Carajás e do Tapajós. Em vez de dividir, ele acredita que a melhor saída para desenvolver o estado é reivindicar da União maior repasse de recursos para recompensar a desoneração de vários tributos decorrentes das exportações.

No dia 11 de dezembro, os paraenses irão às urnas para decidir, por meio de plebiscito, se são favoráveis ou não à divisão do estado. Coutinho ressalta que apesar do grande tamanho, o Pará acaba limitado por causa das áreas de floresta e reservas indígenas, por exemplo. “Quando você aprofunda o olhar sobre o estado começa a identificar que muitas áreas são de reservas indígenas, reservas florestais, áreas de conservação, áreas militares e ainda a reserva legal por propriedade privada na ordem de 80%. Então, quando você termina esse levantamento, você já tem um estado muito menor para atividade econômica do que aquele olhar superficial”, disse à Agência Brasil.

Para o deputado, o Pará tem sido “agredido” pela União. “Nossa economia está baseada na exportação de produtos primários e semi-elaborados, que, inclusive, são garantidores, em grande parte, do superávit na balança comercial brasileira. O Pará é exportador de energia e o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] é cobrado no consumo, é exportador de minério, gado e madeira e essa exportação é isenta de ICMS para garantir a balança comercial brasileira. Então, na verdade, contribuímos com o país e não vem a devida remuneração por essa contribuição. Isso tem gerado obviamente alguns bolsões de miséria”.

Essa “distorção” na relação da União com o Pará, segundo Coutinho, tem sido responsável pela sensação de abandono das regiões mais distantes do estado. “A solução está na revisão dessa relação tributária e não a divisão que produzirá mais miséria, considerando que temos um aumento do custo da máquina pública multiplicado por mais duas estruturas de assembleias legislativas e palácios de governo, tribunais de contas e por ai vai.”

Além de não resolver os problemas da população, Coutinho ressalta que a divisão trará custos elevados ao contribuinte paraense. “A União não se responsabilizará com dívidas de estados novos, nem com os [servidores] inativos desses estados novos. Quem paga essa conta? Está lá no Artigo 234 da Constituição impedindo a União de assumir essas dívidas”. Acredito que quem pagará a conta será o Pará, um estado que mal consegue pagar a sua estrutura, por causa desse modelo econômico perverso. Como é que ainda vai bancar mais duas estruturas burocráticas?”, perguntou Coutinho.

Para ele, se o Pará já é um estado com um Produto Interno Bruto (PIB) considerado pequeno, com a divisão, seriam criados três estados em piores condições. Coutinho disse que por trás da ideia de dividir o estado não está em jogo o interesse da população, mas interesses políticos e econômicos de grandes grupos. “Todas as regiões sairão perdendo. Por que você vai ter três estados medíocres sob o ponto de vista econômico. O estado do Pará hoje com todo esse potencial, com toda essa força, participa apenas com 1,4% do PIB brasileiro imagina o que serão três estados dividindo. Serão três insignificantes sob o ponto de vista econômico geopolítico brasileiro”.

Coutinho ressaltou que melhoria da qualidade de vida dos cidadãos paraenses passa pelo aumento de recurso para o estado. “O que precisamos é ter recursos é sermos bem tratados e respeitados pela União. Então, esse debate tem até o condão de despertar as lideranças paraenses em busca dessa unidade e o respeito do Brasil com a um ente da federação que contribui com tudo isso e está sendo tratado de maneira mesquinha pela União”.http://www.diarioonline.com.br/noticia-171151-divisao-pode-aprofundar-desigualdade-diz-oposicao.html

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Inscrições da UEPA


Vestibular UFPA

:Inscrição para o PS 2012 começam na quarta-feira


O edital do concurso nº 07 – COPERPS já está disponível na página do Centro de Processos Seletivos (CEPS) da Universidade Federal do Pará (UFPA). As inscrições para o PS 2012 iniciam-se nesta quarta-feira, dia 14, concomitantemente com a abertura da XIII Feira do Vestibular da UFPA (FeiVest), e deverão ser feitas online até o dia 4 de outubro, pelo mesmo endereço eletrônico: http://www.ceps.ufpa.br. Durante a XIII Feivest, o estande do CEPS também estará realizando as inscrições. A Feira ocorrerá até o dia 16 de setembro, no Campus da UFPA, no bairro Guamá, em Belém.

Feira do Vestibular da UFPA

:Feira do Vestibular da UFPA começa no dia 14


Você gosta de Matemática, mas também é bom em Biologia? Pensa em ser engenheiro, mas também gostaria de salvar vidas como um médico? E que tal ser professor, advogado, administrador? São tantas opções! Se você está prestes a fazer vestibular e ainda não escolheu ou tem dúvidas sobre qual carreira seguir, a Universidade Federal do Pará (UFPA) pode dar uma ajudinha. Em 2011, em sua 13ª edição, a Feira do Vestibular (FeiVest), promovida anualmente pela Instituição, ocorrerá de 14 a 16 de setembro (4ª a 6ª feira). Serão 60 estandes com informações sobre cursos ofertados pela UFPA, na capital e no interior, além de “aulões”, bate-papo e programação cultural.

domingo, 4 de setembro de 2011

Projetos ‘estrangeiros’ criaram plebiscito no Pará


Domingo, 04/09/2011, 08:45:17
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O plebiscito que será realizado no dia 11 de dezembro em todo o Pará, quando a população vai definir se o Estado deve ou não ser desmembrado para a criação de dois novos Estados, foi proposto por dois parlamentares “estrangeiros”. O senador Mozarildo Cavalcante (PTB), nascido em Roraima, foi autor, em 1999, quando ainda era deputado, da proposta de criação do Tapajós. Leomar Quintanilha, ex-senador pelo Tocantins, nasceu em Goiânia, capital de Goiás, e propôs a criação do Carajás.
Ambos justificam a autoria de seus projetos alegando o distanciamento da capital do Estado como causa de oferta deficiente de serviços públicos. Mozarildo argumenta que três estados brasileiros - Amazonas, Pará e Mato Grosso - ocupam mais da metade do território do país. “Como é que esses latifúndios vão se desenvolver e levar boa assistência para as cidades?”, costuma questionar o senador.
EXEMPLO
Sempre que se refere ao desmembramento do Pará, o parlamentar cita o Estado de Tocantins como um exemplo bem-sucedido de redivisão territorial. Segundo ele, a região que deu origem ao Estado representava 4% do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás, ao qual era integrado, e, hoje, tem quase o mesmo PIB de Goiás, que também não regrediu com a perda desse território.
“O Tocantins, quando fazia parte do Estado de Goiás, era responsável por apenas 4% de sua arrecadação. Nos dias de hoje, sua arrecadação representa 47% do total dos dois Estados juntos. Está provado que o desmembramento de regiões em Estados independentes traz novas empresas e dinamiza a economia, gerando muitos empregos. Com esse processo, as desigualdades regionais são reduzidas”, argumenta Mozarildo.
O senador de Roraima também é autor do projeto que autoriza realização de plebiscito em Mato Grosso para a criação do Estado do Araguaia. Justificando a necessidade de criação do Araguaia, Mozarildo argumenta que Mato Grosso tem 906.806 quilômetros quadrados, mais de quatro vezes a área do Estado de São Paulo. Ele acrescenta que o território do Mato Grosso tem quase o mesmo tamanho que São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo juntos. (Diário do Pará)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Divisão do estado do Pará



A hora de união. O Estado do Pará está em franco desenvolvimento, tem tudo para ser o maior Estado da federação nos próximos dez, quinze, vinte anos e, a sua divisão agora, será um baque muito forte nesse desenvolvimento'. A declaração é do advogado paraense, Ophir Cavalcante, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que em entrevista exclusiva a O LIBERAL, anunciou, oficialmente, sua posição contrária a divisão do território paraense para a criação de três novos Estados - Pará (remanescente), Carajás e Tapajós. Na opinião de Ophir Cavalcante, com um sexto do montante de recursos federais que serão investidos na instalação das novas unidades federativas é possível atender as regiões do Estado que reclamam da ausência do poder público. Ele ainda questiona os interesses dos que pregam o desmembramento do Estado do Pará. 'Eu temo, justamente, isso: que esse interesse político, porque são os interesses políticos e econômicos que estão por trás disso, sejam determinantes para que não se pense na sociedade como um todo. É fundamental que, nesse momento, se estabeleça, efetivamente, uma radiografia daquilo que está por trás de tudo isso. A quem interessa e por que interessa criar? Usar o cidadão como massa de manobra é algo que é uma covardia',
afirma. Leia a entrevista:

L: O senhor é a favor ou contra a divisão do Pará?

O.F: Sou contra a divisão do Estado do Pará. Como cidadão paraense, como advogado militante do Pará, que conhece a realidade do meu Estado, entendo que, efetivamente, a divisão, nesse momento, não seria a forma mais adequada de se fortalecer as lutas da sociedade paraense de um modo geral. Não tenho dúvidas de que o Estado do Pará, de um modo geral, e que o Estado brasileiro, especificamente, falharam muito no atendimento das demandas que a população do oeste e do sul e sudeste do Pará sempre tiveram. De um tempo para cá, o governo paraense começou a resgatar essa história, esse débito para com aquela população, e tem inúmeros projetos no sentido de, cada vez mais, aproximar o Estado àquelas regiões. Agora, a grande questão é que o Estado do Pará não terá condições de fazê-lo, se não houver uma participação de todos, sobretudo, uma participação do governo federal. O governo federal é o grande responsável pela questão agrária e fundiária do Estado do Pará. A maioria dos conflitos agrários e fundiários do Estado do Pará se localizam em terras federais. A partir do momento em que o Estado do Pará passa a ter um potencial de desenvolvimento muito grande, isso atrai a atenção dos nossos irmãos brasileiros de outros Estados da federação, que migram para este Estado. E é evidente, que se não houver uma participação do governo federal, com estrutura, com recursos para ajudar, pode ser o Estado do Pará, do Tapajós, do Carajás, que vai continuar tudo igual. Portanto, eu quero crer que dividir o pouco que se tem, é trabalhar contra a própria população, contra os próprios interesses dos paraenses. Eu tenho certeza que os nossos irmãos do sul e do sudeste e da região oeste do Pará tem também essa percepção. Nós não podemos deixar que esses erros históricos, que foram cometidos nos dividam nesse momento. É hora de união. O Estado do Pará está em franco desenvolvimento, tem tudo para ser o maior Estado da federação nos próximos dez, quinze, vinte anos e a sua divisão agora, será um baque muito forte nesse desenvolvimento. Eu quero crer que, efetivamente, é chegado o momento de nós exigirmos do governo federal outra postura. Se for investido, pelo menos, um sexto do que se investirá para a criação desses novos Estados, do Tapajós e do Carajás, tenho certeza de que muitas das justas reclamações daquela população serão atendidas.

L: Como o senhor vê, juridicamente, a interferência de outros Estados em questões que dizem respeito ao Pará, ferindo sua autonomia? Primeiro um ex-senador do Tocantins, o Leomar Quintanilha, defendeu a criação do Estado do Carajás; o senador por Roraima, Mozarildo Cavalcante, do PTB, propôs a criação do Tapajós...?

O.C: Todos os parlamentares têm o direito de apresentar projetos. Embora eleitos pelos seus Estados de origem, eles são parlamentares para o Brasil inteiro. Mas, o que está por trás disso, é o que precisa ser investigado. Eles estão servindo ao interesse de quem? Por que as pessoas que têm o interesse efetivo não o fizeram? Por que os parlamentares daquelas regiões, que sempre defenderam, preferiram se 'esconder' atrás desses parlamentares, para não mostrar as suas posições? Mas o plebiscito vai ter, pelo menos isso, nesse momento: todos vão ter que assumir posições. E eu propus que se divulgasse, em tempo real, as doações que foram feitas. Eu tenho certeza que isso será algo importante, algo, do ponto de vista republicano, inovador, para que a gente possa ter, antes de se concluir o plebiscito, quem é que está interessado na divisão do Pará.

L: Quanto à corrida pela transferência de títulos, como o senhor observa esse fenômeno?

O.F: Esse fato foi denunciado na audiência pública no Tribunal Superior Eleitoral. É um fato gravíssimo. Efetivamente, eu pude também referendar a preocupação dos colegas que mencionaram esse fato. É um crime de lesa-sociedade, um crime eleitoral, trazer pessoas de outros Estados para poder ter número maior do que aquele que se tem. Por isso, foi muito boa a proposta que foi apresentada por uma das pessoas que participaram da audiência, no sentido de que a população seja medida pelo IBGE, nos seis meses anteriores às eleições do plebiscito.

L: O Pará tem condições de manter mais dois TREs?

O.C: Se forem criadas novas unidades da federação vão ter que criar novos TREs, novos TJs, novas assembleias legislativas... Enfim, terá que se criar tudo novo, inclusive, para o Estado remanescente, porque ele se torna um novo Estado. Novos senadores, deputados de acordo com a divisão, a participação dos Estados terá que ser redividida também, em nível nacional. A União terá que fazer estudos econômicos e financeiros, no sentido de subsidiar o funcionamento desses novos Estados por vinte, trinta anos... Não se sabe quanto. Portanto, é por isso que eu digo: é muito recurso a ser destinado e, se nós destinássemos um percentual pequeno desses recursos, para diminuir essa desigualdade, essa ausência do Estado naquela região, não estaríamos falando
de separatismo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Simpósio Internacional de Geografia

V Simpósio Internacional de Geografia Agrária e do VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária. De 7 a 11 de novembro de 2011 em Belém
Questões Agrárias na Panamazônia No Século XXI: usos e abusos do território é o tema que orientará as reflexões do V Simpósio Internacional de Geografia Agrária e do VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária, que acontecerá em Belém, Pará, no período de 7 a 11 de novembro de 2011, na Universidade Federal do Pará Campus do Guamá.

Xenofobia e violência na Europa

A Europa, tal como os restantes continentes, vive sob o impacte da globalização, de uma maior mobilidade internacional e do incremento dos fluxos migratórios. O aumento da intolerância política, religiosa e étnica bem como o desencadear de vários conflitos armados, dentro e fora do espaço europeu, provocaram a saída de inúmeros contingentes populacionais das suas terras, refugiados nem sempre bem acolhidos em ambientes que lhes são pouco familiares. Carências económicas, a par de problemas sociais vividos pelos cidadãos de determinado Estado, têm contribuído para o surgimento de tensões evidenciadas sob formas de racismo "flagrante" e "subtil" contra determinados grupos, entre os quais comunidades migrantes e minorias étnicas ou religiosas (por exemplo, os ciganos, os judeus, os muçulmanos). Tais ressentimentos têm sido agravados pelo fomento de doutrinas xenófobas por parte de partidos políticos, designadamente os de extrema-direita, que não só deles se aproveitam para justificar períodos de maior vulnerabilidade económico-social no seu próprio país, como ainda, através dos nacionalismos exacerbados patentes nos seus discursos, adicionam às ideologias já enraizadas novas ondas de intolerância. Embora tendo presentes os maus exemplos do passado (Holocausto, apartheid, etc.), a verdade é que sentimentos desta natureza persistem na Europa, em prejuízo de indivíduos ou colectivos segregados, independentemente do seu nível económico e da partilha ou não dos valores, princípios e matrizes fundamentais da sociedade de acolhimento. Em todo o caso, os níveis e expressões de racismo variam muito de país para país, espelhando não só diferentes posturas e modos de lidar com a presença de imigrantes, minorias étnica e estrangeiros, como também políticas mais ou menos consistentes de combate à discriminação (saliente-se a atenção depositada pela Holanda e Reino Unido a estas questões).

«A Europa é uma sociedade multicultural e multinacional que se enriquece com esta variedade. No entanto, a constante presença do racismo na nossa sociedade não pode ser ignorada. O racismo toca toda a gente. Degrada as nossas comunidades e gera insegurança e medo.»
Pádraig Flynn, Comissário Europeu

Enem - Ciências Humanas e suas Tecnologias

Competência de área
identidades
H1
aspectos da cultura.
1 - Compreender os elementos culturais que constituem as- Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de
H2
- Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3
- Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
H4
da cultura.
- Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto
H5
e artístico em diferentes sociedades.
- Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural
Competência de área
como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
H6
geográficos.
2 - Compreender as transformações dos espaços geográficos- Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços
H7
nações.
- Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as
H8
populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
- Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos
H9
socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
- Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e
H10
participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica.
- Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da
Competência de área
instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos,
conflitos e movimentos sociais.
H11
3 - Compreender a produção e o papel histórico das- Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12
- Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13
rupturas em processos de disputa pelo poder.
- Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou
H14
interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das
instituições sociais, políticas e econômicas.
- Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e
H15
ao longo da história
- Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais.
Competência de área
impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na
vida social.
H16
trabalho e/ou da vida social.
4 - Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu- Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do
H17
territorialização da produção.
- Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de
H18
implicações sócio-espaciais.
- Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas
H19
formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
- Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias
H20
novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
- Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas
Competência de área
valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação
consciente do indivíduo na sociedade.
H21
5 - Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e- Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22
legislações ou nas políticas públicas.
- Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas
H23
- Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
H24
- Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25
– Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência de área
interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
H26
relações da vida humana com a paisagem.
6 - Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas- Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as
H27
em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
- Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando
H28
contextos histórico-geográficos.
- Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes
H29
relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
- Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico,
H30
diferentes escalas.
- Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Divisão do Estado do Pará

Com o apoio do governo Lula e dos governos estadual e municipais, o imperialismo coloca em marcha um movimento separatista para manter um controle mais estreito sobre as riquíssimas reservas naturais locais e a repressão contra trabalhadores sem-terra

28 de maio de 2008
Os que defendem a divisão do Pará e a criação de três novos estados - Xingu, Tapajós e Carajás - afirmam que a divisão beneficiará milhões de pessoas que sofrem com a falta de acesso à educação, saúde, saneamento, transportes, emprego e energia elétrica, trazendo para estas áreas mais investimentos e mais empregos. A demagogia e o cinismo dos políticos burgueses não têm limites.
Na verdade, esta é a isca para a população morder o anzol dos reais interesses que estão por trás deste plano separatista que visa apenas repartir a pobreza para a esmagadora maioria da população paraense, enquanto que as riquezas continuarão sob controle de uma minoria, isto é, dos capitalistas.
Segundo o projeto de criação do estado de Carajás, por exemplo, o novo estado incluiria 38 municípios que atualmente vivem isolados da capital Belém numa distância de cerca de 500 quilômetros. Este isolamento, na realidade, acontece por causa da exploração das empresas e do latifúndio, condenando milhões de pessoas à uma condição subumana.
O projeto de dividir o Pará tem como único objetivo garantir os interesses e o controle das empresas mineradoras, como a Vale do Rio Doce, além de grandes frigoríficos e latifundiários da região que geram lucros exorbitantes com a pecuária. Este foi o mesmo interesse que resultou na criação de Tocantins e Mato Grosso do Sul.
Com o apoio do governo Lula, o imperialismo articula a redivisão da Amazônia, controlando com maior facilidade seus recursos naturais, como o petróleo, o ouro e todo tipo de minério, e suas áreas estratégicas. Além disso, o plano visa também aprofundar a repressão no campo e promover mais massacres com os sem-terra que lutam por um pedaço de chão para poder plantar e sobreviver.
 
Quem é dono do Pará?
 O projeto de criação do estado de Carajás abrange as regiões Sul e Sudeste do Pará, cobrindo 38 municípios numa área de 285 mil quilômetros quadrados e com uma população de 1,3 milhão. 
Só a região Sudeste do Pará representa um terço da economia do estado. Para se ter uma idéia do investimento feito ao longo dos anos pelas empresas que atuam na região, em 1980 o Sudeste respondia por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) paraense. Em 2004 já havia subido para 32%, enquanto que o PIB de Belém caiu de 48% para 40% no mesmo período.
É nesta região onde estão localizadas também a Represa Tucuruí, hidrelétrica constituída na década de 70 que condenou milhares de famílias indígenas e ribeirinhos, e a Serra dos Carajás, região da Serra Pelada, a maior área de garimpo a céu aberto do mundo.
A área concentra cerca de 14 milhões de cabeças de gado - muito mais do que a própria população - e estão instalados dezenas de frigoríficos. É também uma área riquíssima no setor madeireiro, siderúrgico e, claro, no minério de ferro, uma das mais valiosas commodities no momento. 
Os dados foram levantados pelo Diagnóstico Integrado em Socioeconomia para os Empreendimentos da CVRD no Sudeste do Pará. Isso mesmo, pela Companhia Vale do Rio Doce, a maior exploradora de minério do mundo.
A Vale agradece até hoje o acerto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em privatizá-la. Em 2007, a companhia investiu na região R$ 12,3 bilhões. Até 2010 terão gastos mais de R$ 25,8 bilhões. Este investimento foi “dinheiro de gorjeta” para os ganhadores da loteria de FHC que vendeu uma empresa de 3 trilhões por três bilhões. Assim qualquer um fica bilionário.
A Vale se tornou a pedra angular para a movimentação da economia da região de Carajás. Estudos mostram que a economia do Sudeste paraense cresce o dobro do crescimento chinês, a economia que mais cresce no mundo atualmente graças às commodities.
O PIB per capita do Sudeste do Pará era de R$ 6.765 em 2003, enquanto que o do Pará é de R$ 4.367.
A Vale conseguiu bater no ano passado a marca de um bilhão de toneladas de minério de ferro produzido em Carajás. São em média 45 milhões de toneladas de minério por ano. A Companhia pretende atingir dois bilhões em menos de uma década.
Há muito o que explorar ainda. A jazida de Carajás tem 18 bilhões de toneladas. No entanto, se o ritmo de crescimento continuar aumentando, em apenas um século toda a reserva de minério já estará esgotada.
Onde está toda essa riqueza? A Vale diz em seus autos que explora a região visando a responsabilidade social, mas todo este lucro espantoso está na mão de um grupo minoritário de capitalistas corruptos exploradores de um povo que mal tem o que comer.
Em Carajás a indústria do ouro volta a ser a bola da vez. A empresa canadense Colossus Minerais já estuda a quantidade de ouro ainda existente na Serra Pelada e mantém o monopólio do garimpo.
É também na região de Carajás onde aconteceu um dos maiores massacres contra os camponeses pobres. Em abril de 1996, dezenas de camponeses foram assassinados pela Polícia Militar no município de Eldorado dos Carajás por lutarem por um pedaço de terra.
Em novembro de 2007, milhares de famílias foram expulsas, presas e torturadas pela maior operação militar já realizada no estado desde a ditadura. O governo Lula está levando o conflito no campo para uma guerra civil aberta, onde os trabalhadores sem-terra são tratados como bandidos e os latifundiários estão acima da lei para impor seus interesses e o terror contra essas famílias.
 
Projeto separatista
 
Há outros projetos em curso, como a criação do estado do Araguaia, Maranhão do Sul e muitos outros. O movimento separatista no Pará e em outros estados está sendo orquestrado principalmente pelo imperialismo, que está promovendo o mesmo crime na Bolívia, onde querem separar pelo menos quatro departamentos (estados), os mais ricos do país em recursos naturais e desenvolvimento econômico.
Além da dominação das empresas de forma definitiva, a criação de mais estados resultará na eleição de mais deputados e mais senadores, o que aumentará a corrupção no Brasil. Permitirá também a extensão de mandatos. Um exemplo clássico foi o do ex-presidente José Sarney, eleito senador em 1990 após criarem o estado do Amapá.
Muitos políticos latifundiários estão comprando terras no Pará, dentre eles o próprio Lula, seu filho "lulinha" e o coordenador de campanha do presidente, Duda Mendonça. Estes são os mais novos caciques proprietários de terras no Sul do Pará.
Por detrás de toda a luta que se desenvolve no Pará entre camponeses e índios, de um lado, e os latifundiários e grandes capitalistas de outro nada mais é que uma luta pelo controle da terra.

Meu amigo Cláudio de férias - cuidado amigo...

domingo, 1 de maio de 2011

A GERAÇÃO Z

O que é a Geração Z?

Conheça um pouco mais sobre esse termo, repudiado por uns especialistas e empregado por outros, mas que pretende definir a geração daqueles que nasceram sob o advento da internet e do boom tecnológico
  • Televisão ligada enquanto se estuda para uma prova e fones nos ouvidos ao redigir um trabalho escolar são cenas bem comuns na atualidade entre os jovens nascidos em meados das décadas de 1980 e 1990.
Alguns especialistas os chamam de Geração Z, uma geração que nasceu sob o advento da internet e do boom tecnológico e para eles estas maravilhas da pós-modernidade não são nada estranháveis. Videogames super modernos, computadores cada vez mais velozes e avanços tecnológicos inimagináveis há 25 anos: esta é a rotina dos jovens da Geração Z. Conheça agora um pouco mais sobre esta denominação, seus membros e seus costumes.
Como vive a Geração Z?
Seu mundo é tecnológico e virtual. Para eles é impossível imaginar um mundo sem internet, telefones celulares, computadores, iPods, videogames com gráficos exuberantes, televisores e vídeos em alta definição e cada vez mais novidades neste ramo. Sua vida é regada a muita informação, pois tudo que acontece é noticiado em tempo real e muitas vezes esse volume imenso acaba se tornando obsoleto em pouco tempo.
Geração Z
Se a vida no virtual é fácil e bem desenvolvida, muitas vezes a vida no real é prejudicada pelo não desenvolvimento de habilidades em relacionamentos interpessoais. Vive-se virtualmente aquilo que a realidade não permite. Talvez daí venha o fascínio dos jovens por jogos fantasiosos onde estes podem ser o que quiserem, sem censura ou reprimenda.
Suas características
Aliás, obsolescência é algo bastante comum nos membros desta geração. A rapidez com que os avanços tecnológicos se apresentam atualmente acabaram por condicionar os jovens a deixar de dar valor às coisas rapidamente. Isso começa bem cedo, quando crianças esperam o ano todo para ganhar um brinquedo e depois de dois dias ele já está largado em um canto.
Outra característica marcante da Geração Z são problemas de interação social. Muitos deles sofrem com a falta de expressividade na comunicação verbal, o que acaba por causar diversos problemas principalmente com a Geração Y, anterior a sua. Essa Geração também é marcada pela ausência da capacidade de ser ouvinte.
A Geração Y, por exemplo, acreditava piamente em carreira e estudos formais e muitos se dedicaram fortemente para isso.
A Geração Z é um tanto quanto desconfiada quando o assunto é carreira de sucesso e estudos formais, pois para eles isso é um tanto quanto vago e distante. Segundo especialistas, poderá haver uma “escassez” de médicos e cientistas no mundo pós-2020.
Enfim, essa geração – chamada também de Geração Silenciosa, talvez pelo fato de estarem sempre de fones de ouvido (seja em ônibus, universidades, em casa...), escutarem pouco e falarem menos ainda – pode ser definida como aquela que tende ao egocentrismo, preocupando-se somente consigo mesmo na maioria das vezes.
Problemas?
Ora, assim como todas as gerações anteriores, esta também passará por problemas, principalmente em relação a sua atuação profissional. Sua rapidez de pensamento e incapacidade para a linearidade pode facilitar muito em determinadas áreas, porém em outras que exigem mais seriedade e concentração podem sofrer algumas dificuldades.
Contudo, o amadurecimento que vem com o passar dos anos deve trazer também um senso de responsabilidade a estes jovens (que certo dia deixarão de ser jovens) e passarão a se fixar mais em seus objetivos profissionais.
Dentro da sociedade, a atuação política destes jovens também pode se tornar bastante preocupante, afinal, a enorme quantidade de itens tecnológicos e informações desnecessárias acabam por distrair suas mentes, tornando-os, na maioria das vezes, alheios à vida política de sua comunidade, sua cidade, seu país e o próprio mundo.
Leitores do Baixaki, este foi mais um dos nossos artigos que pretende esclarecer algo. Esperamos ter alcançado nosso objetivo e que ao chegar aqui, vocês saibam um pouco mais sobre esta geração que em questão de anos passará ao comando do planeta. Suas ideias começam a ser construídas agora e, portanto, conscientização é algo extremamente necessário para salvar o dia de amanhã.


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A GERAÇÃO Y

COMPORTAMENTO
Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o mundo


Priscila só faz o que gosta. Francis não consegue passar mais de três meses no mesmo trabalho. E Felipe leva a sério esse papo de cuidar do meio ambiente. Eles são impacientes, preocupados com si próprios, interessados em construir um mundo melhor e, em pouco tempo, vão tomar conta do planeta.
Com 20 e poucos anos, esses jovens são os representantes da chamada Geração Y, um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não funcionam - e as novas estão inventando sozinhos. "Tudo é possível para esses jovens", diz Anderson Sant'Anna, professor de comportamento humano da Fundação Dom Cabral. "Eles querem dar sentido à vida, e rápido, enquanto fazem outras dez coisas ao mesmo tempo."
Folgados, distraídos, superficiais e insubordinados são outros adjetivos menos simpáticos para classificar os nascidos entre 1978 e 1990. Concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer. "Minha prioridade é ter liberdade nas minhas escolhas, fazer o que gosto e buscar o melhor para mim", diz a estudante Priscila de Paula, de 23 anos. "Fico muito insatisfeita se vejo que fui parar em um lugar onde faço coisas sem sentido, que não me acrescentam nada."
A novidade é que esse "umbiguismo" não é, necessariamente, negativo. "Esses jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização, algo que, até hoje, foi apenas um conceito", afirma Anderson Sant'Anna. "Questionando o que é a realização pessoal e profissional e buscando agir de acordo com seus próprios interesses, os jovens estão levando a sociedade a um novo estágio, que será muito diferente do que conhecemos."
Nessa etapa, "busca de significado" é a expressão que dá sentido às coisas. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) realizada com cerca de 200 jovens de São Paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. Na questão "qual pessoa gostariam de ser?", a resposta "equilibrado entre vida profissional e pessoal" alcançou o topo, seguida de perto por "fazer o que gosta e dá prazer". O estudo, desenvolvido por Ana Costa, Miriam Korn e Carlos Honorato e apresentado em julho, tentou traçar um perfil dessa geração que está dando problema para pais, professores e ao departamento de RH das empresas.
No trabalho, é comum os recém-contratados pularem de um emprego para o outro, tratarem os superiores como colegas de turma ou baterem a porta quando não são reconhecidos. "Descobrimos que eles não são revoltados e têm valores éticos muito fortes, priorizam o aprendizado e as relações humanas", diz Miriam. "Mas é preciso, antes de tudo, aprender a conversar com eles para que essas características sejam reveladas."
BERÇO DIGITAL § E essa conversa pode ser ao vivo, pelo celular, e-mail, msn, Twitter ou qualquer outra ferramenta de comunicação que venha a surgir no mundo. Essa é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas nasceu com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa. Parece um dado sem importância, mas estudos americanos comprovam que quem convive com ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente.
Uma pesquisa do Departamento de Educação dos Estados Unidos revelou que crianças que usam programas online para aprender ficam nove pontos acima da média geral e são mais motivadas. "É a era dos indivíduos multitarefas", afirma Carlos Honorato, professor da FIA. Ao mesmo tempo em que estudam, são capazes de ler notícias na internet, checar a página do Facebook, escutar música e ainda prestar atenção na conversa ao lado. Para eles, a velocidade é outra. Os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes.
É mais ou menos como se os nascidos nas duas últimas décadas fossem um celular de última geração. "Eles já vieram equipados com a tecnologia wireless, conceito de mobilidade e capacidade de convergência", diz a psicóloga Tânia Casado, coordenadora do Programa de Orientação de Carreiras (Procar) da Universidade de São Paulo. "Usam uma linguagem veloz, fazem tudo ao mesmo tempo e vivem mudando de lugar." O analista Francis Kinder, de 22 anos, não permanece muito tempo fazendo a mesma coisa. "Quando as coisas começam a estabilizar fico infeliz", diz. "Meu prazo é três meses, depois disso preciso mudar, aprender mais."
Um estudo da consultoria americana Rainmaker Thinking revelou que 56% dos profissionais da Geração Y querem ser promovidos em um ano. A pressa mostra que eles estão ávidos para testar seus limites e continuar crescendo na vida profissional e pessoal. Essa vontade de se desenvolver foi apontada como fundamental para 94% dos jovens entrevistados pelos pesquisadores da FIA. Os dados refletem a intenção de estar aprendendo o tempo todo. Mas, dessa vez, o professor precisa ser alguém ético e competente.
"Esse ambiente onde qualquer um pode ser desmascarado com uma simples busca no Google ensinou aos mais novos que a clareza e a honestidade nas relações é essencial", afirma Ana Costa, pesquisadora da FIA. "Não consigo conviver com gente pouco ética ou que não cuida do ambiente onde vive", diz Felipe Rodrigues, 22 anos, estudante de administração. O sentimento do rapaz é compartilhado por 97% dos nascidos na mesma época, que afirmam não gostar de encontrar atitudes antiéticas ao seu redor, de acordo com os dados da FIA. "Chegou a hora dos chefes transparentes, alguém que deve ensinar. A geração passada enxergava os superiores como seres para respeitar e obedecer. Não é mais assim."
Mas, além de aprender com os superiores, eles sabem que também podem ensiná-los, em uma relação horizontal. Os jovens modernos funcionam por meio de redes interpessoais, nas quais todas as peças têm a mesma importância. "A Geração Y mudou a forma como nós interagimos", diz Ana Costa. "O respeito em relação aos superiores ou iguais existe, mas é uma via de duas mãos. Eles só respeitam aqueles que os respeitam, e veem todos em uma situação de igualdade", afirma.

VIDA PESSOAL EM PRIMEIRO LUGAR § Os sinais mais claros da importância que os jovens dão aos próprios valores começam a piscar no mundo do trabalho. Como seus funcionários, as empresas estão flexibilizando as hierarquias, agindo em rede, priorizando a ética e a responsabilidade. E, se no passado a questão era saber equilibrar a vida íntima com uma carreira, hoje isso não é nem sequer questionado: a vida fora do escritório é a mais importante e ponto final.
Uma oficina sobre carreiras com estudantes da Faculdade de Administração da USP mostrou que a prioridade da maioria deles é ter "estilo de vida", ou seja, integrar o emprego às necessidades familiares e pessoais - e não o contrário. "A grande diferença em relação às juventudes de outras décadas é que, hoje, eles não abrem mão das rédeas da própria vida", diz Tânia Casado. "Eles estão customizando a própria existência, impondo seus valores e criando uma sociedade mais voltada para o ser humano, que é o que realmente importa no mundo."
"VAMOS MUDAR O MUNDO!"
Nos últimos 60 anos, três gerações marcaram época e mudaram os valores e o jeito de a sociedade pensar. Agora é a vez da abusada Geração Y
TRADICIONAIS (até 1945) >>> É a geração que enfrentou uma grande guerra e passou pela Grande Depressão. Com os países arrasados, precisaram reconstruir o mundo e sobreviver. São práticos, dedicados, gostam de hierarquias rígidas, ficam bastante tempo na mesma empresa e sacrificam-se para alcançar seus objetivos.
 BABY-BOOMERS (1946 a 1964) >>> São os filhos do pós-guerra, que romperam padrões e lutaram pela paz. Já não conheceram o mundo destruído e, mais otimistas, puderam pensar em valores pessoais e na boa educação dos filhos. Têm relações de amor e ódio com os superiores, são focados e preferem agir em consenso com os outros.
 GERAÇÃO X (1965 a 1977) >>> Nesse período, as condições materiais do planeta permitem pensar em qualidade de vida, liberdade no trabalho e nas relações. Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação já podem tentar equilibrar vida pessoal e trabalho. Mas, como enfrentaram crises violentas, como a do desemprego na década de 80, também se tornaram céticos e superprotetores.
 GERAÇÃO Y (a partir de 1978) >>> Com o mundo relativamente estável, eles cresceram em uma década de valorização intensa da infância, com internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam autoestima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido em longo prazo. Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se eles fossem um colega de turma.

Proposta de Divisão do Estado do Pará

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